Sê Feliz

Paula encontrou fora de SP seu "desemprego dos sonhos"

Paula encontrou fora de SP seu "desemprego dos sonhos"

E descobriu que a arte faz seu coração vibrar

E descobriu que a arte faz seu coração vibrar

Se jogando no desconhecido, ela encontrou a felicidade

Se jogando no desconhecido, ela encontrou a felicidade

Paula e sua "família" de Cingapura

Paula e sua "família" de Cingapura

Paula atuou como fotógrafa de esportes, moda e comportamento

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Paula, seu companheiro Kadu, e um amigo do casal

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Paula Sgarbi em viagem ao Vietnã

Paula Sgarbi em viagem ao Vietnã

Paula Sgarbi

Paula Sgarbi

Quase sempre sou questionada sobre as minhas escolhas de vida, que nem sempre foram compreendidas – sempre respeitadas, mas não entendidas. Tudo aconteceu tão rápido, mas… Talvez seja essa a melhor forma das coisas acontecerem: sem pensar e nem analisar demais. É quase como uma força invisível que rege e nos impulsiona em direção àquilo que não sabemos bem o que é, mas temos certeza que é o melhor que deve acontecer.

Ao encontrar velhos e novos amigos, não é difícil escutar: ‘Sinceramente, não sei o que estou fazendo da minha vida’, e outras coisas do gênero. Me pego pensando: mas como assim?! Acompanho a tudo e todos através das redes sociais, e claro, pela internet tudo sempre aparenta estar muito bem com todos. Não é raro ouvir deles que gostariam de ter a coragem que nós (eu e meu companheiro) tivemos, de mudar a nossa vida como mudamos.

Serra da Mantiqueira

Há não muito mais do que dois anos, trabalhei em uma renomada revista de surf como fotojornalista de moda, arte e cultura. Havia acabado de voltar para o Brasil de Cingapura, recém-formada e esse era um emprego dos sonhos. Realmente, foi um aprendizado incrível poder experienciar esse trabalho, mas a minha criatividade precisava funcionar dentro de um prazo, de segunda a sexta, das 9h às 18h. Todo artista sabe que isso é o mesmo que massacrar o seu poder de criação. Já vivia esta rotina há quase (apenas) 5 meses e este foi o tempo que ‘durei’ em minha tentativa de viver dentro dos padrões pré-estabelecidos para os jovens de hoje. Lembro o dia em que, por um momento, precisei fechar os olhos e respirar fundo, para me desligar de tudo que acontecia fora, para finalmente escutar a mim mesma. Como que, tão logo, já sentia a necessidade de sair correndo desse tal emprego dos sonhos?

Me cobrava a resposta para essa pergunta, mas estava diante de uma bifurcação na qual eu precisava optar entre me encaixar nos padrões ou de me entregar àquilo que eu não sabia bem o que era, mas que eu sabia que era o certo. E fui, escolhi a segunda opção. A de mergulhar no universo desconhecido que me esperava. Foi um belo ‘larguei tudo, e agora?!’. Não larguei um emprego para procurar outro. Larguei o emprego, larguei um caminho que estava trilhando, sem plano A, nem B e nem C…

Sempre sabemos o que não queremos. Eu sabia que não queria viver em São Paulo, nem passar horas do dia em um escritório e depois no trânsito. Mas é muito mais difícil saber o que queremos. Você sabe o que você quer, de verdade? Foi como me atirar do abismo; assustador e incrível ao mesmo tempo. Eu também não sabia o que eu queria afinal, mas aprendi a descobrir. No mundo de hoje, somos ensinados a ter controle de tudo: ‘Siga este abc e terás a felicidade.’ Mas, que felicidade é esta que nem sempre chega? O que estamos buscando neste caminho ‘pronto’ que nos é dado, no qual sabemos tudo que vai acontecer em cada etapa dele?

Cingapura_2

Algo curioso aconteceu. Ao acordar em meu primeiro dia de ‘desemprego dos sonhos’, pude me perguntar: o que quero fazer hoje? Foi então que sentei para desenhar. Hoje, sou também ilustradora, e confesso que é o que faz meu coração vibrar – deste trabalho eu nunca pediria as contas. Entendi que precisamos abdicar de velhos hábitos e rotinas, para dar espaço a esta pergunta e, assim, deixar o novo e desconhecido entrar. E nos levar pela vida. Sem saber ao certo ‘qual vai ser’, mas mora aí a graça da coisa.

Há exatamente dois anos, eu e meu companheiro escolhemos sair da cidade para viver no interior, integrados à Natureza, cultivando o bem estar e qualidade de vida através do yoga, meditação, permacultura e alimentação natural, além de também trabalharmos em nossa área de arte/design como autônomos. A batalha é tão grande quanto, a de ser autônomo. Mas poder viver essa liberdade torna tudo muito mais gratificante.

Escolher viver a liberdade não significa necessariamente abdicar de um emprego, nem da cidade grande e do agito. Significa, na verdade, que se você não se sente realizado no caminho que está, você deve parar agora. Se é virar a sua vida de ponta cabeça, mudar tudo da água pro vinho, viva isso. Com direito a muito frio na barriga, mas muito mais coragem. O segredo está em se entregar ao desconhecido e confiar. Confiar no seu coração, no Universo, na sua intuição. Confie.

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Não existe uma resposta certa ou errada, existe a resposta que te deixa feliz e ela está dentro de você.

Por Paula Sgarbi


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