Pioneiro na fabricação de pranchas em série no Brasil, ele falou sobre as novas tendências e o atual cenário da globalização nesse segmento

Os participantes da quarta edição do curso “Surf: Administração, Marketing e Gestão de Negócios” puderam saber muitas informações históricas e do cenário atual de fabricação de pranchas no Brasil.

Pioneiro nesse mercado de produção em série, Luciano Leão, proprietário da Surface, iniciou sua apresentação traçando um panorama da evolução das pranchas nas últimas décadas, desde os anos 1960, quando o lendário Nat Young apareceu no primeiro Campeonato Mundial de Surf com uma prancha bem menor do que as utilizadas naquela época.

“Depois desse fato, foram registradas inúmeras alterações no tamanho e no peso das pranchas. Isso se intensificou em 1976, quando Mark Richards desenvolveu a primeira biquilha e posteriormente quando Simon Anderson inventou algo ainda mais revolucionário: a triquilha. Todos pensavam que ele estava maluco, até Richards (Simon Anderson – foi ele q conquistou o campeonato no Hawaii de triquilha) conquistar o campeonato no Havaí”, explica o renomado shaper.

Aqui no Brasil, as inovações no formato, no desenvolvimento e no design das pranchas começaram a surgir na década de 80, puxadas pelo surfista Ricardo Bocão, que naqueles anos inventara a quadriquilha. Porém depois disso, houve um bom período sem muitas novidades, até que Luciano Leão teve a ideia de criar uma máquina de shapear.

“Em 1994 eu comecei a desenhar pranchas com a máquina. A ideia era fazer em grandes quantidades e sem perder a qualidade. Naquele momento houve muita resistência por parte do público e também do mercado, mas a ideia acabou sendo aceita com o tempo e os resultados”.

Luciano é uma grande referência no design de pranchas no Brasil e  também no exterior. Suas inovações estão sempre em evidência nesse segmento, que segundo ele “absorveu que o uso do maquinário na produção e desenvolvimento das pranchas é excelente tanto para o surfista quanto para o mercado. Além disso, a finalização sempre é feita pelo shaper, que é um especialista nessa arte e irá sempre dar um toque pessoal, que fará muita diferença”, explica o empresário.

Influenciado por profissionais como Al Merrick, Simon Anderson e Ricardo Martins, Luciano Leão afirma que a globalização hoje em dia prejudica a fabricação de pranchas por shapers iniciantes, que enfrentam muita concorrência. “O mercado é limitado. Estima-se que sejam fabricadas cerca de 45 mil pranchas por ano no Brasil. Além disso, com o dólar baixo, a competitividade a nível internacional fica mais complicada para quem está começando nesse segmento.” Segundo ele, “Há uma busca constante por novas tecnologias e materiais. Mas quem encontrar novas fórmulas não poderá monopolizá-las”, conclui o shaper.

Exposição no Curso:

O renomado artista plástico pernambucano João Vianey expôs suas pinturas diferenciadas com os entalhes de madeira e contrastes de cores com foco na cultura praiana.

O convidado da próxima semana é o experiente surfista Rico de Souza, que falará sobre eventos e patrocínios.

Serviço:

O que: Curso “Surf: Administração, Marketing e Gestão de Negócios, uma realização do Ibrasurf em parceria com EEFE-USP, Junior Star Point, CBS, FPS, 2ocean e Water Classic

Quando: de 03/05 a 05/07 às terças-feiras, das 19h às 21h30 e transmissão ao vivo pela internet

Onde: Escola de Educação Física e Esporte da USP

Quanto: R$500 – Aulas Avulsas – R$70 (cada)

As inscrições podem ser feitas através do site do IBRASURF (www.fluxexperiences.com.br) e as vagas são limitadas.

Mais informações pelo telefone (11)5052-5011 ou email: ibrasurf@fluxexperiences.com.br

 

Michele Barcena