Para as crianças e jovens do bairro Jardim Paulistano, na zona norte de São Paulo, o surf sempre foi apenas um sonho distante, algo totalmente fora de suas realidades.
Situado entre os distritos de Pirituba, Freguesia do Ó e Brasilândia, este bairro tem metade de sua população vivendo em condições precárias, em áreas urbanas sem a infra-estrutura necessária.
A região é carente de áreas verdes e praças e faltam espaços que ofereçam lazer, cultura e entretenimento à população. Não há segurança e os poucos projetos sociais do governo são insuficientes.
Diante dessa situação, a violência torna-se o maior problema, já que a maioria dos jovens não tem uma ocupação e acabam migrando para o caminho da criminalidade e das drogas.
Mas no último dia 7 de novembro, o sol brilhou desde cedo e alguma coisa mudou na vida dos moradores do bairro, incluído no programa Juventude Radical, da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo, que tem o objetivo de levar gratuitamente atividades físicas, esportivas e recreativas para crianças carentes da cidade.
O Instituto Brasileiro de Surf (Ibrasurf) passou a tarde no Centro de Educação Unificado (CEU) Jardim Paulistano oferecendo um pouco do clima da praia a população. A área das piscinas foi dividida em três estações: atividades aquáticas, apnéia e surf.
Aproximadamente 400crianças estiveram por ali e sentiram pela primeira vez a sensação de remar e ficar em pé sobre uma prancha. Para muitos, esta foi a primeira experiência relacionada à praia, já que para estes jovens é difícil até sair da cidade.
Os professores do Ibrasurf,
A OKilled Surfboards ofereceu as pranchas para a ação, o que garantiu a qualidade das aulas e a segurança dos alunos. Já o coordenador de esportes radicais da prefeitura de São Paulo, Thiago Lobo, compareceu ao CEU Jardim Paulistano para conferir as atividadesde perto e confirmar o sucesso do programa Juventude Radical.
Em cada criança atendida, um sorriso conquistado. Foi uma tarde que ficará marcada para sempre na cabeça desses jovens, que agora podem sonhar com o surf como uma realidade, já não tão distante.
Marilia Fakih