SURF EM PORTUGAL – Ondas geladas e pesadas, ora pois!

 

      A previsão era animadora quando partimos rumo a Portugal, com os mapas de ondulação estimando séries de até dois metros durante toda a semana. Apesar do tempo chuvoso e frio, a entrada do swell fecharia com chave de ouro essa trip histórica pelo Velho Continente. 

            A primeira parada foi na cidade de Espinho, que confirmando as expectativas oferecia ondas de um metro e meio bastante deformadas pelo vento maral. Aproveitamos para tirar a barriga da miséria e visitar a feirinha local, uma diferente experiência que mesclava o tradicionalismo cigano com o consumismo ocidental. 

            De lá descemos rumo a Peniche para conhecer a famosa onda de Supertubos, antes passando pela região de Figueira da Foz, que também não apresentava as melhores condições para o surf. 

            Chegamos à noite e na manhã seguinte despertamos direto para a praia na esperança de pegar aqueles tubos tão inspiradores e desejados que estampam páginas de revistas mundo afora. Infelizmente as ondas estavam pequenas em Supertubes, influência da maré e da direção da ondulação, e o negócio então foi explorar a região. Como quem procura acha, encontramos ondas perfeitas nos point breaks de Batel e Consolação. 

            Descendo um pouco mais o litoral português, o próximo destino era Ericeira, onde passamos a noite estacionados em Ribeira D’Ilhas pra novamente acordar de frente para o mar, que agora sim mostrava toda sua força. 

            Séries com mais de dois metros e muita correnteza desafiavam os poucos surfistas que se aventuravam a encarar a remada naquelas difíceis condições. O jeito foi descansar e esperar a hora certa pra entrar no mar. 

            Aproveitamos para conhecer as praias de São Lourenço e Coxos, famosas por segurar grandes ondulações e proporcionar surf num alto grau de dificuldade. E foi exatamente isso que aconteceu quando a ondulação alinhou no inicio da tarde. 

            Coxos mostrou todo seu potencial bombando ondas de 6 a8 pés pesadas e volumosas. Apenas dois surfistas se aventuravam nas difíceis condições e não demorou muito para receberem nossa companhia. 

            Coração acelerado desde a entrada numa fenda entre as pedras até a saída sobre a rasa e afiada bancada. Enquanto isso direitas constantes faziam a alegria daqueles que encaravam o frio em busca de adrenalina e diversão. 

 


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