O Instituto Brasileiro de Surf recebeu no dia 3 de agosto a visita ilustre do surfista e jornalista Sergio Laus, autoridade absoluta quando o assunto é Pororoca.
Com 55 temporadas na Amazônia e líder da equipe Surfando na Selva, o paranaense esteve na sede do Ibrasurf para trocar ideias e falar de seus projetos para o segundo semestre de 2009.
Serginho é parceiro do Ibrasurf e de seu diretor e fundador Alexandre Zeni desde o início, quando o instituto realizava seus primeiros projetos. “Unir a educação e o surf é uma ferramenta muito usada lá fora, principalmente na Austrália, e é o que deveria ser feito há muito tempo. Esse trabalho que o Ale realiza há tantos anos é muito importante para o desenvolvimento do esporte”, comenta Laus.
Laus conhece todas as pororocas do Brasil, já tendo surfado nos estados do Maranhão, Pará e Amapá. Mas sua experiência na onda doce não se limita só ao território brasileiro.
O surfista coordenou a primeira equipe brasileira a desbravar a pororoca francesa de Mascaret, em 2004, e em 2008, aproveitando a realização das Olimpíadas de Pequim, colocou em prática a primeira expedição para a pororoca chinesa, mais conhecida como “Black Dragon”, no rio Quintang, nordeste da China.
A equipe Surfando na Selva contou com total patrocínio do governo chinês e aqui no Brasil, recebeu apoio do deputado federal e surfista William Woo. “Quando a nossa equipe chegou na China para surfar na Pororoca, o pessoal achou estranho. Nós fomos a primeira equipe a surfar lá, com autorização do governo. Além de surfar, captamos também imagens para um filme que estamos produzindo”, contou.
Sergio Laus é recordista mundial de surf na Pororoca por duas vezes. Em 2005, ele atingiu a marca de 10,1 km surfando sem parar, por cerca de 33 minutos e 15 segundos. Neste ano, ele se superou, chegando a surfar por 11,8 km em 36 minutos.
Mesmo com tanta experiência, ele confessa que cada sessão na Pororoca é desafiadora. “É sempre diferente, dá sempre um frio na barriga, aquela sensação de desafio, adrenalina. A maré sempre muda, a onda nunca é a mesma”.
Este ano, Laus e sua equipe, que conta também com o big rider Jorge Pacelli, partem novamente para a China no final de setembro, para mais uma temporada na Black Dragon.
Antes disso, ele parte para o Amapá para fazer kitesurf na Pororoca. “Nesta época do ano, o vento é muito intenso por lá. Por isso vamos inovar com o kite”.
Para quem quer se aventurar na onda doce, Laus manda um recado: “Para surfar lá, tem que ser bom das pernas e da coluna, pois a onda é longa e exige muito esforço do surfista”.
A trajetória de Sergio Laus na Pororoca é relatada no livro Pororoca – Surfando na Selva. Mais informações no site www.surfandonaselva.com.br.
Marilia Fakih – Ibrasurf