Nova geração invade Itajaí (SC)
Todos os principais surfistas com até 20 anos de idade do país estão em Itajaí para disputar o título do Oakley Pro Junior, que decide o campeão brasileiro Sub-20 de 2009 até domingo em Santa Catarina.
O evento é móvel e começa nesta terça-feira na Praia Brava, com a primeira bateria devendo entrar no mar às 8 horas.
Mas, ele pode até ser realizado no preservado pico do Atalaia, uma das praias com maior localismo do país, que pela primeira vez na história está sendo liberado para uma competição de nível nacional.
Alguns surfistas tentaram treinar nas esquerdas pequenas ainda, mas perfeitinhas que quebravam junto aos molhes na manhã da segunda-feira.
Apesar da maioria absoluta dos locais aprovarem o evento, um que estava no mar acabou mandando o potiguar Jadson André sair da água, afirmando que o pico só estará liberado mesmo na terça-feira, quando começa o prazo do Oakley Pro Junior. Mas, o pequeno equatoriano Roberto Rodrigues, que entrou junto com o vice-campeão mundial Pro Junior da ASP, continuou surfando.
Outro local logo pegou sua prancha e levou Jadson André de volta para o pico, que pôde pegar as ondas com mais tranqüilidade, mas não ficou muito tempo e preferiu sair para não criar atritos. No entanto, foi um caso isolado e o Oakley Pro Junior está liberado para usar os Molhes do Atalaia, se as condições do mar forem melhores do que a praia Brava, que é um palco mais tradicional e nos dois últimos anos recebeu uma etapa do Mundial WQS nível 6 estrelas, além de sempre sediar provas do Circuito Catarinense Profissional.
“Tentei surfar, não consegui, mas é normal, eu entendo só liberar mesmo quando o campeonato começar amanhã (terça-feira). Eu sai tranqüilo, respeitando os locais e sei que vamos ter uma semaninha aí para surfar aqui se quebrar de gala. Então vamos aguardar, tudo bem”, disse Jadson, logo que saiu do mar, antes ainda de voltar para surfar junto com outro local. Ele queria conhecer melhor a onda, pois seu objetivo é vencer o título de campeão brasileiro Sub-20 no Oakley Pro Junior 2009.
“No ano passado não consegui competir direito, porque estava machucado. Me preparei bastante para este evento e vou fazer de tudo para levar esse título brasileiro. Eu já ganhei este evento em 2006 (em Ubatuba-SP)), mas não valia título brasileiro, era um evento especial, com formato diferente”, contou Jadson, que destacou a iniciativa da Oakley em levar o campeonato para Itajaí.
“A Oakley sempre faz este evento em lugares com boas ondas do Brasil, mudando quase todo ano. Agora estamos aqui em Itajaí, no Atalaia, que tem uma das melhores esquerdas do país, então tenho certeza que o evento vai ser de alto nível”.
O presidente da Associação de Surf das Praias de Itajaí (ASPI), Juliano Gleison, estava no Atalaia na manhã da segunda-feira e foi quem insistiu para que Jadson André voltasse ao mar para treinar. Ele e outros locais que estavam fora da água desaprovaram o pequeno incidente.
“Acho que em todo lugar do mundo tem localismo, algumas pessoas ainda com a mente fechada, que não gosta de ver evolução, prefere só deixar os dinossauros surfando. Mas, a gente chegou num consenso e o Jadson entrou na água de novo. A ASPI torce para que tudo aconteça da melhor maneira e o evento certamente será um sucesso”, promete Juliano.
“Para a gente aqui está sendo tudo inédito. O futuro do surfe brasileiro vai estar se apresentando aqui e quem sabe não poderemos assistir nesta semana um surfista que vai poder trazer o título mundial do WCT pro Brasil um dia. Então para todos nós é um privilégio a Oakley ter escolhido nossa cidade para mostrar esta nova geração que está vindo com força total. Podem esperar que vai ser show de surfe”, acredita Juliano.
O potiguar Jadson André foi vice-campeão mundial da categoria no início do ano na Austrália, onde só perdeu a final para o havaiano Kai Barger. Ele é um dos dezesseis cabeças-de-chave que entram direto no evento principal do Oakley Pro Junior, enquanto os outros 64 surfistas do limite de 80 participantes, terão que encarar as triagens que serão iniciadas nesta terça-feira na Praia Brava. No ano passado, Jadson parou nas oitavas-de-final em Ubatuba (SP), que sediou a decisão do primeiro título brasileiro Sub-20 da história.
O campeão foi o paulista Thiago Camarão, que estourou o limite de idade. Já o vice-campeão, Peterson Crisanto, vai tentar levar o título para o Paraná esse ano. O Oakley Pro Junior também classifica os dois primeiros colocados para disputarem o Oakley Global Challenge, competição especial em Bali que reúne representantes de sete países, Brasil, Austrália, Estados Unidos, África do Sul, Japão, França e Indonésia. O campeão da primeira edição no ano passado foi o havaiano Dusty Payne.
O paranaense Peterson Crisanto parou nas semifinais e ficou em terceiro lugar. Ele também esteve no Atalaia na manhã da segunda-feira, mas não treinou, só foi conhecer o pico. “A expectativa é tensa desde já. A gente conhece a fama do localismo aqui que é muito forte, mas o presidente da associação local (ASPI) liberou e mais tarde vou tentar fazer um surfe rapidinho, sem prejudicar ninguém”, disse Peterson Crisanto, que gostou da mudança para Itajaí. “Legal sair um pouco de São Paulo e Rio de Janeiro. Aqui no sul tem altas ondas também e estou animado para tentar fazer outra final esse ano. Foi muito legal ter ido lá pra Bali no ano passado, foi muito irado e vou dar tudo de mim para ver se vou de novo”, prometeu Petersinho.
Com patrocínio exclusivo da Oakley, o Oakley Pro Junior é realizado com apoio da Fundesporte – Fundo de Incentivo ao Esporte da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte do Governo do Estado de Santa Catarina, da Prefeitura Municipal de Itajaí, Fundação Municipal de Esporte e Lazer e Secretaria de Turismo, além da Gráfica Formag´s. O evento é homologado pela Confederação Brasileira de Surf (CBS) e pela Associação Brasileira de Surf Profissional (ABRASP), que organiza a competição em conjunto com a Federação Catarinense de Surf (FECASURF) e Associação de Surf das Praias de Itajaí (ASPI), contando também com divulgação especial da Revista Fluir e do site Waves.Terra.
fonte: waves