Pedro Tanaka, 18 anos, natural de São Sebastião, estudante de comércio exterior no Mackenzie. Um dia, antes da queda, foi conferir o burburinho que rolava nas areias de Maresias, foi aí que conheceu o Ibrasurf, e nós o futuro campeão do 17º Circuito Universitário de Surf.

A gente bateu um papo com ele, que não é de falar muito, mas contou tudo sobre o título paulista, seu início no surf, planos para o futuro, viagens e muito mais.

Quem vê o garoto de sorriso tímido andando pela areia, nem imagina como ele pode crescer e mostrar toda sua personalidade quando está na água. Logo em seu ano de estreia nos eventos do Ibrasurf, Tanaka não economizou manobras, não mediu força nas rasgadas, vôo alto nos aéreos, jogou água pra todo lado em batidas de tirar o fôlego e subiu no pódio em todas as competições universitárias que participou.

Na 1ª etapa do 17º Circuito Universitário de Surf, ele ficou com a segunda colocação, perdendo para o veterano Giovanni Contessoto, da Anhembi Morumbi. Mas na etapa decisiva em Itamambuca, Ubatuba, não teve pra ninguém, ele subiu no topo do pódio e garantiu o prêmio mais desejado da competição: 12 noites no Surfing Village, em Pasti, na Indonésia.

“Sempre quis conhecer vários lugares do mundo. Já fui para o Hawaii e 03 vezes para o Peru, mas acho que a Indonésia é o sonho de qualquer surfista. Mesmo sem patrocínio estou ansioso para ir. Altas ondas, tubos, sem crowd, perfeito!”

Sorte de principiante? Acho que não, afinal ele não é tão principiante assim. Incentivado pelo pai, Tanaka surfa desde muito pequeno, e com 10 anos de idade já encarava as bombas de Florianópolis/SC.

Todo este talento estava escondido então? Nem tanto. Suas manobras já ilustraram as páginas de grandes revistas de surf como Alma Surf, Fluir e até a gringa Grom Magazine.

Mas Tanaka confessa que estava meio afastado das competições ultimamente:

“Fiquei quase um ano parado, sem competir, sem prancha, meio desanimado. Estou voltando aos poucos, e foi muito bom competir novamente, ainda mais subindo ao pódio duas vezes e em campeonatos como os do Ibrasurf, que têm um dos maiores públicos.”

Isso mesmo, ele foi campeão duas vezes! Não satisfeito com o título paulista, o jovem surfista mostrou que conhece bem o quintal de casa e levou também a categoria paulistana do Festival Brasileiro Universitário de Surf 2015, em Maresias, que lhe rendeu mais uma trip dos sonhos: 01 semana de hospedagem no Yutty Hostal, em Picchilemu, no Chile.

“Sempre quis conhecer o Chile. Apesar da água gelada, pelo o que eu vi tem muitas ondas fortes e tubulares.”

Com o único 10 da competição, Tanaka ainda garantiu a vitória da sua equipe no Tag Team, mostrando o espírito de confraternização e união tão presente nos eventos do Ibrasurf.

“Consegui surfar bem tranquilo e demonstar meu surf. Fiquei amarradão! Tirei poucas notas 10 na minha vida, e foi a primeira vez que dobrei um 10 na Tag Team.” 

E quando perguntamos qual era sua onda preferida, ele respondeu sem titubear:

“Maresias.”

Ah, mar doce lar…E como será que o menino-peixe está lidando com a vida na selva de pedras?

“Sempre morei na praia, as vezes realmente pé na areia, agora me mudei para São Paulo para estudar, e foi uma tremenda mudança, ainda estou me acostumando, mas estou gostando. Faço tudo o que tenho que fazer durante a semana para nos fins de semana estar 100% livre e poder surfar o dia todo. Pra não perder o pique do surf, durante a semana faço alguns treinos de preparo físico por conta própria e quando vou surfar tento filmar bastante, pra ver o que tenho que melhorar.”

E quando perguntamos o que o surf significava pra ele, a resposta foi de arrepiar:

“Estilo de vida, hobby, profissão. Surf é simplesmente tudo pra mim.”

Apesar da pouca idade, muito talento e técnica. Atrás das poucas palavras, um recado curto e direto pra quem assim como ele, ama a praia e vive o life style do surf:

“Preservem as praias! E respeitem a todos e à cultura caiçara.”

Por Julia Figueira