“A final foi logo após a da categoria Formados. Na Formados confesso que a sensação foi de agonia. Liderei a bateria desde o início, quando faltavam 10 segundos para acabar, outro competidor pegou uma boa onda e virou a bateria. Então eu estava na água, esperando para iniciar a outra final, e tive a notícia de que não havia ganhado. Começou a final, e na medida do possível, eu tentei não pensar no que havia acabado de acontecer. Quando me dei conta já haviam se passado 11 minutos e eu ainda não tinha surfado nenhuma onda, pensei “acho que hoje não é meu dia”. Logo entrou a série, consegui pegar uma boa esquerda que me rendeu 9 e alguma coisa..Fiquei precisando de uma nota relativamente baixa, 4 pontos. Peguei outra onda e virei para primeiro lugar.”
O “outro competidor” é Angelo Hereda, carioca, formado em Marketing pela Estácio de Sá. A “final” era a bateria decisiva da categoria Open do Festival Brasileiro Universitário de Surf 2015. E o relato é de William Marroco, 23 anos, estudante de Direito na UNISEPE, Campeão Brasileiro Universitário de Surf 2015.
Ainda menino, com 8 anos de idade, o paulistano se mudou para Peruíbe, onde se encantou pelo mar, pelas ondas, e incentivado pelo tio começou um esporte que em pouco tempo se transformaria em sua maior paixão.
William que já teve o surf como profissão, hoje pega onda apenas por diversão.
“É uma forma de estar cotidianamente conectado com a natureza”, diz ele.
Formado em Gestão Ambiental e agora cursando uma segunda faculdade, ele conta que mesmo morando na praia não é fácil conciliar estudos, trabalho e surf.
“A faculdade de Direito é bem desgastante, além do trabalho, então tem que ter uma boa logística pra conseguir surfar (risos). Ano passado cheguei a ficar quase 2 meses sem cair na água. Agora estou tentando conciliar, tenho das 06h às 08h da manhã para surfar (risos)”.
“É uma sensação indescritível! Estar ali, rodeado de caras feras no surf e ainda ter tido a possibilidade de sair consagrado como campeão Brasileiro, é sem dúvida uma sensação de dever cumprido misturado com alegria e sonho realizado.”
Além de toda felicidade que qualquer vitória traz, vencer o Festival Brasileiro Universitário de Surf significa também, para qualquer surfista, a possibilidade de realizar outro sonho: conhecer a Indonésia!
“Nunca fui para o Surfing Village, nem para a Indonésia, e sem dúvida é um sonho para todo surfista. Pasti é uma das melhores ondas do mundo! Espero pegar bons tubos e, se possível, não me cortar nos corais (risos).”
Pois é, dia 05 de Dezembro de 2015 foi sim o dia dele! E William não pretende parar por aqui, ele tem grandes e boas expectativas para os eventos do Ibrasurf deste ano:
“Espero que seja extraordinário, assim como os anos anteriores, ou seja, mesma organização e mesmo empenho dos envolvidos, pois são esses ingrediente que fazem deste campeonato um sucesso! E galera, vamos aproveitar as ondas, deixar de lado esse localismo que infelizmente aflora em algumas praia do Brasil e apenas curtir esse esporte maravilhoso?! Valeuu!”
Por Julia Figueira