Congresso Brasileiro de Surf é encerrado com sucesso

O surf nunca foi tão discutido como nesta última semana. Aconteceu nos dias 16, 17 e 18 de setembro a sexta edição do Congresso Brasileiro de Surf, promovido pelo Ibrasurf.

Autoridades, políticos, atletas profissionais e amadores, dirigentes, especialistas, jornalistas e muita gente interessada se reuniram para discutir a situação atual do surf e pensar no que pode ser feito para que o esporte evolua cada vez mais.

A abertura oficial do evento contou com a presença do Secretário de Esportes de São Paulo, Walter Feldmann, do coordenador de esportes radicais da capital paulista, Thiago Lobo, do presidente do CREF/SP, Flavio Delmanto, do presidente da Federação Paulista de Surf, Silvio da Silva, o “Silvério” e o assessor político do deputado federal William Woo, Roberto Sekya, além da ilustre participação de Magic Paula, diretora geral do Centro Olímpico Ibirapuera.

Feldmann fez questão de destacar a forte cultura do surf na cidade de São Paulo, apesar da falta de praias. “O Brasil tem que deixar de ser o país do futebol. São Paulo é uma cidade com um gigantesco número de praticantes do surf, por isso nós temos que perseguir nossa tão sonhada piscina de ondas. É uma experiência que deu certo em outros lugares e tem tudo para ser um sucesso aqui”, disse o secretário de Esportes.

Thiago Lobo também comentou o projeto e frisou ações da prefeitura para a fomentação do surf na cidade. “Além das aulas de surf na Virada Esportiva e da participação no Congresso Brasileiro de Surf e no Festival AlmaSurf, estamos programando atividades para o programa Super Férias, em janeiro. Todas as 42 piscinas públicas da cidade estarão preparadas para ensinar o surf à população”, explicou.

Após a abertura, teve início o 1º Encontro Paulista das Escolas de Surf, que abordou a regulamentação das atividades e o preparo adequado aos professores.

“As escolas de surf estão crescendo no estado e precisam ser regulamentadas, pois a maioria tem estrutura precária. Temos que nos unir, senão vai complicar cada vez mais. O surf atrai muitos jovens e isso aumenta a responsabilidade das escolas na formação desses cidadãos”, comentou Silvério, da Federação Paulista de Surf.

Apenas o curso de Educação Física não é suficiente para ser professor de surf. É necessário conhecer o esporte, entender das condições do mar.Nós não queremos tirar ninguém do mercado, apenas regulamentar a profissão cientifica e tecnicamente, precisamos passar credibilidade e responsabilidade aos alunos. É uma ótima oportunidade de emprego, já que nosso país tem um litoral enorme e muitos praticantes”, complementou Flávio Delmanto, presidente do CREF/SP.

Em seguida, tiveram início as palestras do Congresso. O primeiro a subir ao palco foi o diretor do Ibrasurf, Alexandre Zeni, que contou sobre as ações do instituto e de como é possível conciliar o surf com a educação, a cultura e a consciência ambiental. Depois, foi a vez do professor Flavio Ascânio explicar aos presentes como os esportes de prancha podem ser incluídos na sala de aula, e de Thiago Lobo comentar as políticas públicas nos esportes radicais.

Às 21h, começou a Mesa Redonda sobre responsabilidade social e o papel do surfista nas ações de inclusão de portadores de necessidades especiais e cuidados com o meio ambiente. Participaram Robson Careca do Projeto Mão na Borda, Carlos Paletta da ONG Iniciativa Verde, João Malavolta da Ecosurfi, Marcelo Caverna do projeto Surfista Doador, Daniks Fischer da Suprema e Marcelo Marinello da SOS Praias.

Na quinta-feira, aconteceu a primeira aula do Curso Ibrasurf para Instrutores de Surf, que teve como objetivo preparar professores da prefeitura de São Paulo para ensinarem o surf. Na aula teórica, os alunos aprenderam sobre a história do surf, equipamentos para a prática, ondulações, direção das marés e do vento, segurança no mar e outras características do esporte.

O ciclo de palestras do segundo dia de Congresso foi dedicado aos atletas. O especialista em apneia Christian Dequeker e o atleta de stand up paddle Alessandro Matero conversaram com os presentes sobre “Treinamento para Surf”. O recordista da Pororoca Serginho Laus contou histórias do surf na onda doce e das curiosidades de surfar na Amazônia. Para fechar, Sylvio Mancusi falou sobre a profissão de surfista, dividindo o palco com Felipe Braun, gerente de marketing da Onbongo.

Em seguida, um time de peso se reuniu para discutir os limites do Big Surf. Haroldo Ambrósio, Romeu Bruno, Rodrigo Koxa, Alemão de Maresias e Sylvio Mancusi, mediados por Romeu Andreatta, contaram suas experiências em ondas grandes, comentaram a tão procurada onda de 100 pés, debateram a polêmica do jet ski no reboque dos surfistas e a possibilidade de um futuro tow-in com helicóptero. A mesa redonda dos big riders teve característica de um encontro de grandes amigos, e divertiu o público do Congresso.

O último dia de evento começou com a segunda aula do Curso Ibrasurf para Instrutores de Surf. Mais um pouco de teoria e os alunos já estavam prontos para cair na piscina e aprender os movimentos básicos do surf, como alongamento, remada, posicionamento, postura e o drop, além de uma clínica de apneia com Christian Dequeker.

Na noite de palestras, Marcelo Laxe, da Branding Company Group, dividiu suas experiências ao longo dos anos no mercado de surf no país do futebol. Sergio Eleutério, do marketing da Skol, palestrou sobre as ações da empresa para abraçar o público de surfistas, e Sidão Tenucci contou as histórias do Surfista Peregrino, desde a fundação da Ocean Pacific (OP), até os dias atuais.

O Congresso foi fechado com uma mesa redonda com o tema “Mídia Surf – Imagem ou Conteúdo?”. Mediados por Reinaldo “Dragão” Andraus, Eduardo Camara da HardCore, Vivian Mesquita, da ESPN, e Carlos Sarli da Trip e colunista da Folha de São Paulo, debateram a exposição do surf na mídia, o futuro dos veículos impressos na era digital e o sonho de ter transmitir um campeonato ao vivo em TV aberta.

“O principal objetivo do Congresso é estimular a troca de informações e contribuir para o desenvolvimento do surf em nosso país. É muito importante a união de todos que têm o surf no coração e na alma e é para isso que o Ibrasurf está trabalhando. Agradecemos todos os participantes, os palestrantes e a Prefeitura de São Paulo por acreditar e participar deste projeto tão importante para o surf brasileiro”, completou Alexandre Zeni, diretor do Ibrasurf.

O 6º Congresso Brasileiro de Surf é uma realização do Ibrasurf, em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação
de São Paulo, com o apoio da Associação Paulista de Surf Universitário (APSU), Star Point e Australia GO, Okilled, Surfista Doador e Federação Paulista de Surf.

Marilia Fakih


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