Alexsandro “Abolição” e sua vida sobre as ondas

Escola de Surf Maresias, Abolição amigo do mar

Escola de Surf Maresias, Abolição amigo do mar

Vencendo mais uma vez

Vencendo mais uma vez

2° Lugar no Expression Session de melhor manobra

2° Lugar no Expression Session de melhor manobra

Tubo

Tubo

Tubo

Tubo

Tubo

Tubo

Surfe

Surfe

Ensinando a surfar na escolinha

Ensinando a surfar na escolinha

Ensinando a surfar

Ensinando a surfar

Escolinha

Escolinha

O local de Maresias, Alexsandro dos Santos, 32, mais conhecido como “Abolição”, reservou um pouco de seu tempo para nos contar sobre sua jornada pela vida e sua relação com o surf. Para quem o conhece, Abolição é exemplo, uma pessoa humilde, de bom coração, de bem com a vida, e que não mede esforços para correr atrás de seus sonhos, além de um alucinante surfista. Confira a entrevista e conheça um pouco mais sobre quem tem feito história no litoral norte paulista.

IBRASURF: Como foi crescer em Maresias?
ABOLIÇÃO: Crescer em Maresias foi viver com simplicidade, brincar livre na praia, com segurança, o que me ensinou a valorizar e respeitar as coisas simples da vida, como a natureza que Maresias me proporciona todos os dias.

I.: Quando começou a surfar? O que te incentivou a começar a surfar?
A.: Comecei a surfar com 12 anos de idade, comecei com pranchinha, participei até de alguns pequenos campeonatos, mas não via um futuro como competidor, e ai mudei para o Longboard.
Meu tio caiçara surfava e na época eu era “gordinho”, esse incentivo fez com que eu começasse a surfar e que me ajudou a emagrecer também.

I.: Quais campeonatos você participou? Pretende participar de outros no futuro?
A.: Participo de todas as etapas dos Campeonatos Brasileiros, desde que me tornei Profissional (atualmente 3 etapas: Espírito Santo, Santos e Rio de Janeiro), LQS  (Longboard Qualifying Series) na Bahia e em Pernambuco em 2009 e 2010, os Sebastianenses nas praias de São Sebastião e  alguns Campeonatos Internacionais como: Festival Biarritz Surf Festival em 2004 na França, Rabbit Kekai em 2006 na Costa Rica e o LQS – Longboard Qualifying Series em 2010 no Peru.
Pretendo ter condições de participar de mais campeonatos internacionais e conseguir uma vaga para o mundial que ocorre 1 x por ano.

I.: Quais são seus sonhos e expectativas para o futuro?
A.: Um dos meus sonhos acabou de se realizar que foi abertura da escola de surf em Maresias e agora o que mais quero é que a escola cresça a cada dia, principalmente que o projeto social não seja apenas “dar aulas de surf”, mas sim agregar mais coisas, como oficina de surf, palestras e incluir o surf adaptado.
Sonho também em ter mais oportunidades no mundo como competidor, porque atualmente o Longboard não é tão valorizado e é só com muito amor e apoio de pessoas que acreditam em mim que ainda participo dos Campeonatos.

I.: Como é morar em um lugar com altas ondas e conviver com o impacto ambiental que tem prejudicado tanto Maresias?
A.: Morar em Maresias é acordar cedo, andar 15 minutos e já estar na frente de um dos picos que me proporciona a sensação de “um bom dia de surf” quase todos os dias. Mas infelizmente já temos que conviver com a sujeira que os turistas deixam, com a quantidade de condomínios que a cada ano é construído, com a falta de saneamento básico, o que precisamos fazer é conscientizar as pessoas de que podemos viver em harmonia com a natureza e toda essa evolução que também traz $$$ para a nossa praia Maresias.

I.: Conte-nos um pouco sobre o seu novo projeto da Escolinha de Surf.
A.: Sempre tive vontade de ter uma Escola de Surf em Maresias, afinal estamos em um local super importante e conhecido pelo surf, mas carente de uma escola séria com um projeto social, e finalmente isso saiu da idéia para a prática. Em um mês a escola já atendeu muitos turistas e estamos com um pequeno grupo de crianças de 6 a 12 anos de idade. Para janeiro quero organizar palestrar educativas, sobre meio ambiente, higiene bucal, etc. E pretendo também incluir o surf adaptado. Atualmente funcionamos com pranchas que eu já tinha e pranchas doadas. É muito bom ver o otimismo das pessoas no Projeto, pessoas querendo ajudar de alguma forma, seja com idéias, doações de materiais. Mais do que atender os turistas, quero que o Projeto Social cresça, podendo no futuro ter condições de oferecer mais além das aulas.

I.: Como você se sente podendo passar a experiência do surf e ensinando valores a outras pessoas?
A.: Realizado. Ver uma criança que nem pensava em entrar na água por medo e depois de 2 ou 3 aulas, depois de muita explicação e conversa, ela já está lá com você no mar, isso é mágico. Essa confiança que ela deposita em você e ver no rosto de uma criança o resultado do seu trabalho com um sorriso, é valioso demais.
E proporcionar a diversão para os turistas também é muito legal, gente do mundo todo, que sai daqui realizado que conseguiu ficar em pé na prancha. Quando eles conseguem ficar em pé, eu bato palma, grito com eles.

I.: Maresias é um lugar muito freqüentado por turistas, como você enfrenta o crowd?
A.: Tenho boas amizades com as pessoas que vão para Maresias, assim o respeito na água é mútuo, sem precisar brigar ou “dar uma de caiçara, dono do lugar”.

I.: Você tem alguma história relacionada ao surf que marcou sua vida?
A.: Estava na Costa Rica em um campeonato e errei o dia da minha volta para o Brasil, portanto tive que voltar para o lugar que estava. No meio do caminho, dentro de uma van, vi um carro com uma pessoa conhecida, o Marquinhos, dono da loja 20 Pés Camburi. Parei a van na hora e peguei carona com ele, foi aí que começamos a nos conhecer melhor e hoje é essa pessoa que me apóia e que acredita nos meus sonhos, digo que ele é meu Anjo da guarda em todos os sentidos e que nada é por acaso.
Algo que marcou muito a minha vida também foi a minha viagem para Fernando de Noronha, nunca havia voado de avião. Foi espetacular, lugar deslumbrante, altas ondas.

I.: Deixe-nos alguma mensagem que gostaria de passar às pessoas.
A.: Se as pessoas olhassem umas para as outras de uma forma pura, sem maldade, não haveria tantas diferenças no mundo. E é com esse olhar que olho para a minha escola, para as pessoas ao meu redor e para os meus alunos. Fazer o bem é algo simples demais e que todos podem fazer pelo próximo.


Comentários